O que influencia na alta ou queda do dólar?

O que influencia na alta ou queda do dólar?

O dólar norte-americano desempenha papel central na economia brasileira, pois impacta diretamente custos de importação, preço de combustíveis e decisões de investimento. No cenário de 2025, a moeda apresenta oscilações rápidas, impulsionadas por fatores globais e internos. Entender essas variáveis é fundamental para empresas, investidores e cidadãos que buscam tomar decisões mais informadas e reduzir impactos financeiros no dia a dia.

Importância do dólar para a economia brasileira

O câmbio do dólar afeta preços de produtos industrializados, tarifas de frete internacional e custos de insumos agrícolas. Em um país com alta dependência de importações de tecnologia, medicamentos e componentes mecânicos, variações cambiais podem se refletir imediatamente na inflação oficial.

Além disso, o dólar é referência para ativos financeiros e dívidas externas: países exportadores de commodities, como o Brasil, veem seu poder de compra global modulado pela força ou fraqueza da moeda americana.

Como funciona o câmbio: oferta e demanda

O valor de mercado do dólar resulta de mecanismos de oferta e demanda em bolsas e mercados paralelos. Quando investidores estrangeiros vendem reais para comprar dólares, a demanda pela moeda americana cresce, elevando seu preço.

Por outro lado, remessas de exportação, entrada de turismo e aportes de capital estrangeiro geram maior oferta de dólares dentro do país, pressionando o câmbio para baixo.

Fatores externos

As decisões de política monetária do Federal Reserve (Fed) influenciam diretamente o dólar. Elevações de juros nos EUA atraem capital global, fortalecendo o dólar.

  • Aumento de taxas de juros pelo Fed.
  • Política comercial e tarifas sob governos americanos.
  • Flutuações na inflação e indicadores de emprego nos EUA.
  • Condições de risco geopolítico internacional.

Quando o Fed sinaliza cortes de juros, há potencial migração de recursos de volta aos EUA, diminuindo a atratividade de mercados emergentes como o Brasil.

Fatores internos

No Brasil, a Selic elevada (13,25% em 2025) mantém diferencial atrativo, mas o principal desafio continua sendo o cenário fiscal brasileiro frágil. Déficits orçamentários e altos níveis de endividamento conferem instabilidade ao real.

  • Incertezas em torno de reformas fiscais.
  • Resultados de leilões de tesouro e captações públicas.
  • Controles de gastos e cortes de despesas.
  • Eleições brasileiras e debates políticos.

Decisões de ministérios, Congresso e Supremo Tribunal influenciam o humor dos mercados, provocando oscilações abruptas na cotação.

Intervenções do Banco Central

O Bacen realiza leilões de dólar para conter picos de volatilidade, mas não fixa um patamar-alvo. Essas operações acontecem em fases de forte depreciação ou em temporadas de fuga de capital típicas, como encerramento de ano fiscal.

Embora eficazes para acalmar o mercado no curto prazo, as intervenções são limitadas e dependem de reservas internacionais disponíveis para venda.

Cenários recentes e projeções para 2025

Em fevereiro de 2025, o dólar atingiu baixa histórica de R$ 5,7622, refletindo queda acumulada de 6,75% no ano. Em junho, a moeda oscilou próximo a R$ 5,5224, mas reagiu a notícias de inflação global.

Essas projeções variam conforme a trajetória da economia americana, reformas fiscais no Brasil e movimentações de capitais internacionais.

Impactos econômicos diretos

A alta do dólar pressiona a inflação, encarecendo combustíveis, medicamentos e componentes tecnológicos. Por outro lado, a desvalorização do real beneficia exportadores do agronegócio, gerando maior competitividade no mercado global.

  • Inflação de importados tende a subir.
  • Empresas exportadoras ganham fôlego.
  • Planejamento de investimento sofre ajustes.

A imprevisibilidade cambial pode prejudicar planejamento de custos e orçamentos corporativos, exigindo estratégias de proteção mais robustas.

Recomendações e orientações

Para mitigar riscos, empresas e investidores devem adotar diversificação de estratégias de hedge e alinhar projeções cambiais a cenários macroeconômicos. Manter acompanhamento contínuo de decisões do Fed e do Bacen permite respostas mais ágeis.

Além disso, reforçar a análise de indicadores fiscais e políticos no Brasil ajuda a antecipar movimentos bruscos. A adoção de contratos futuros e opções de câmbio pode limitar perdas em momentos de alta volatilidade.

Em um ambiente de volatilidade cambial acentuada em ano pré-eleitoral, preparar-se para diferentes cenários – otimista, neutro e pessimista – traz mais segurança às operações.

Com esse conjunto de informações e práticas, negócios e indivíduos terão melhores condições para navegar pelas flutuações do dólar em 2025, aproveitando oportunidades e minimizando impactos negativos.

Robert Ruan

Sobre o Autor: Robert Ruan

Robert Ruan, 31 anos, é colunista de finanças no gmotomercado.com, com olhar crítico sobre cartões de crédito, empréstimos rápidos e armadilhas das fintechs.